Já sabemos que é importante estabelecer objectivos comuns
para as equipas de trabalho nas empresas. O que cada empresário deve ter em
mente é que é ele quem decide o que quer que seu negócio seja. Ao estabelecer
os objectivos para o negócio deve envolver elementos seleccionados da equipa,
influenciadores, para facilitar a adesão dos restantes elementos.
Com objetivos comuns identificados, concentremo-nos na terceira
chave para a criação de equipas vencedoras - o estabelecimento das regras do “jogo”.
Trata-se de definir os limites em que a equipa trabalha. Mas antes de entrar em
mais detalhes, vejamos o que se entende como regras do “jogo” neste contexto.
Quando, em crianças, brincávamos “às escondidas”, havia
muito poucas regras. Mas normalmente havia limites. Antes do jogo começar,
todos concordavam sobre o espaço que os jogadores podiam utilizar para se
esconder. Quando o jogo começava, todos podiam tomar as suas decisões. Alguns
optavam por ficar parados, escondidos, enquanto outros iam mudando a sua
localização, de modo a conseguir chegar ao local de partida do jogador que
procurava sem por ele serem vistos. Este tinha que contar até 100, para dar
tempo a que os outros se escondessem. Era uma festa e todos os miúdos se
divertiam.
O empresário deve ter isto em conta no seu negócio.
Estabelecer as regras do jogo, definir os limites e deixar a equipa desfrutar da
actividade! Infelizmente, há empresários que têm uma forma diferente de olhar
para o “jogo”. Usam “coleiras de choque” e “cercas invisíveis electrificadas”.
Quando contratam um novo colaborador para a equipa, colocam-lhe a “coleira de
choque” e não os informam de onde se encontra a “barreira invisível”. Quando fazem
alguma coisa errada ou saem dos limites, o empresário carrega no botão da “coleira”
ou da “barreira” para surpresa da pessoa em causa.
A resposta típica do colaborador é algo como “O que foi isto?”
ou “Eu não sabia que era assim tão importante!”. Em vez de terem as regras definidas
à partida, os elementos da equipa muitas vezes têm que adivinhar quais são. Quando
começa o tratamento “de choque”, eles vão actuar para que o “jogo” seja seguro.
Vão passar a pedir permissão antes de fazer qualquer coisa fora do normal. Podem
perder energia e inspiração… E os empresários insistentemente referem como é
difícil encontrar bons colaboradores, hoje em dia… Onde é que já vimos isto?
Estabelecer inicialmente as regras do “jogo” ajuda a evitar
esta situação. Quantas e quais são as regras ficam ao critério do empresário.
Alguns podem optar por ter uma longa lista de regras, outros preferem ter poucas.
Eu creio que, para obter o máximo de uma equipa e para que ela desempenhe o seu
papel na empresa, há que definir poucas regras, de modo a que sejam de
generalizada interiorização pelo grupo.
O livro “Drive”, de Daniel Pink, descreve a terceira
dimensão da motivação que não é tida em consideração pela maioria dos
empresários. Essa dimensão reside na necessidade humana em aprender, inovar e
criar um mundo melhor, particularmente da ideia de criar um Ambiente de
Trabalho Orientado para Resultados. Trata-se de ir além da ideia de empowerment, permitindo que cada
indivíduo da equipa faça o seu trabalho como e quando quiser com a única regra
de que todos serão responsáveis pelos seus resultados.
É verdade que isto não funciona em muitas empresas. Na
produção industrial, não se pode ter alguém da linha de montagem a trabalhar de
casa, enquanto os outros estão à espera desse indivíduo para fazer a sua parte
do trabalho. No retalho, há horas de funcionamento da loja e o pessoal tem que estar
disponível para o serviço a clientes. Mas em muitas empresas, e em algumas
funções específicas, os resultados são mais importantes do que as regras
tradicionais de trabalho. Se quiser obter o máximo de criatividade, empenho,
entusiasmo da sua equipa, defina o mínimo de regras possível e deixe-os ser os
“proprietários” dos seus resultados!
Escrevendo, elenque as regras essenciais ao seu
negócio, e agende o momento para as compartilhar com toda a sua equipa.
Trata-se de construir sistemas de trabalho. Sem sistemas, as equipas não
funcionam bem… E os sistemas não podem ser verbais, têm que ter registo: ser escritos,
fotografados, filmados, gravados, etc.
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