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domingo, 23 de setembro de 2012

As Regras do “Jogo” na empresa


Já sabemos que é importante estabelecer objectivos comuns para as equipas de trabalho nas empresas. O que cada empresário deve ter em mente é que é ele quem decide o que quer que seu negócio seja. Ao estabelecer os objectivos para o negócio deve envolver elementos seleccionados da equipa, influenciadores, para facilitar a adesão dos restantes elementos.

Com objetivos comuns identificados, concentremo-nos na terceira chave para a criação de equipas vencedoras - o estabelecimento das regras do “jogo”. Trata-se de definir os limites em que a equipa trabalha. Mas antes de entrar em mais detalhes, vejamos o que se entende como regras do “jogo” neste contexto.

Quando, em crianças, brincávamos “às escondidas”, havia muito poucas regras. Mas normalmente havia limites. Antes do jogo começar, todos concordavam sobre o espaço que os jogadores podiam utilizar para se esconder. Quando o jogo começava, todos podiam tomar as suas decisões. Alguns optavam por ficar parados, escondidos, enquanto outros iam mudando a sua localização, de modo a conseguir chegar ao local de partida do jogador que procurava sem por ele serem vistos. Este tinha que contar até 100, para dar tempo a que os outros se escondessem. Era uma festa e todos os miúdos se divertiam.

O empresário deve ter isto em conta no seu negócio. Estabelecer as regras do jogo, definir os limites e deixar a equipa desfrutar da actividade! Infelizmente, há empresários que têm uma forma diferente de olhar para o “jogo”. Usam “coleiras de choque” e “cercas invisíveis electrificadas”. Quando contratam um novo colaborador para a equipa, colocam-lhe a “coleira de choque” e não os informam de onde se encontra a “barreira invisível”. Quando fazem alguma coisa errada ou saem dos limites, o empresário carrega no botão da “coleira” ou da “barreira” para surpresa da pessoa em causa.

A resposta típica do colaborador é algo como “O que foi isto?” ou “Eu não sabia que era assim tão importante!”. Em vez de terem as regras definidas à partida, os elementos da equipa muitas vezes têm que adivinhar quais são. Quando começa o tratamento “de choque”, eles vão actuar para que o “jogo” seja seguro. Vão passar a pedir permissão antes de fazer qualquer coisa fora do normal. Podem perder energia e inspiração… E os empresários insistentemente referem como é difícil encontrar bons colaboradores, hoje em dia… Onde é que já vimos isto?

Estabelecer inicialmente as regras do “jogo” ajuda a evitar esta situação. Quantas e quais são as regras ficam ao critério do empresário. Alguns podem optar por ter uma longa lista de regras, outros preferem ter poucas. Eu creio que, para obter o máximo de uma equipa e para que ela desempenhe o seu papel na empresa, há que definir poucas regras, de modo a que sejam de generalizada interiorização pelo grupo.

O livro “Drive”, de Daniel Pink, descreve a terceira dimensão da motivação que não é tida em consideração pela maioria dos empresários. Essa dimensão reside na necessidade humana em aprender, inovar e criar um mundo melhor, particularmente da ideia de criar um Ambiente de Trabalho Orientado para Resultados. Trata-se de ir além da ideia de empowerment, permitindo que cada indivíduo da equipa faça o seu trabalho como e quando quiser com a única regra de que todos serão responsáveis ​​pelos seus resultados.

É verdade que isto não funciona em muitas empresas. Na produção industrial, não se pode ter alguém da linha de montagem a trabalhar de casa, enquanto os outros estão à espera desse indivíduo para fazer a sua parte do trabalho. No retalho, há horas de funcionamento da loja e o pessoal tem que estar disponível para o serviço a clientes. Mas em muitas empresas, e em algumas funções específicas, os resultados são mais importantes do que as regras tradicionais de trabalho. Se quiser obter o máximo de criatividade, empenho, entusiasmo da sua equipa, defina o mínimo de regras possível e deixe-os ser os “proprietários” dos seus resultados!

Escrevendo, elenque as regras essenciais ao seu negócio, e agende o momento para as compartilhar com toda a sua equipa. Trata-se de construir sistemas de trabalho. Sem sistemas, as equipas não funcionam bem… E os sistemas não podem ser verbais, têm que ter registo: ser escritos, fotografados, filmados, gravados, etc.

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